Matemática Famosa


pelo Núcleo de Estágio de Matemática

Sonja Kovalevsky. Nasceu em Moscovo, em 1850 numa família da nobreza russa.
Aos 17 anos foi para S. Petersburgo onde estudou Cálculo.
Impedida por ser mulher, de continuar os seus estudos superiores, casou-se com Vladimir Kovalevsky, um paleontologista, para ir estudar para o exterior. Mais tarde tornou-se a discípula predilecta de Weierstrass, que repetia com ela as suas aulas da universidade. Com ele estudou 4 anos, durante os quais não só concluiu o curso universitário de matemática, como também escreveu três importantes artigos, um sobre a teoria das equações diferenciais parciais, um sobre a redução de integrais abelianas de 3ª espécie e uma suplementação da pesquisa de Laplace sobre os anéis de Saturno.
Em 1874, Sonja foi distinguida com o grau de Doutora em Filosofia pela Universidade de Gottingen.
Em 1888, com 38 anos atingiu o apogeu ao conquistar o prestigioso prémio Bordis da Academia Francesa.
De 1884 até à sua morte em 1891, Kovalevsky leccionou a cadeira de matemática superior na Universidade de Estocolmo.
O seu lema era “Diga o que você sabe, faça o que você deve, conclua o que puder.”por

Domar a esfera
por Carla Moreira e Raquel Lima (professoras do Núcleo de Estágio de Matemática)

O texto é um convite a que todos entrem no mundo da matemática. Pretende chamar a atenção para a matemática como um todo. É deliberadamente provocativo e ambíguo às vezes.

Passa-me uma linha, passa, passa-me uma linha
Passa-me uma linha e “baza”, a linha agora é minha

Olha à tua volta e vê a selva que te espera,
Vais-te embora, queres fugir, ficar de fora ou queres entrar, domar a esfera?
A escolha é tua, está na hora, traças agora caminhos que um dia vais percorrer,
E quem eu sou para te dizer que linha deves usar?

aço apenas o convite, abro-te a porta, se quiseres entrar.
Eu por mim já decidi, está-se muito bem aqui.

Preciso de sentir no corpo a linha, o eixo que se adivinha,
Um ângulo recto, arestas, lados, um cateto
Eu sei que o plano não te parece agradável
E há vários pontos, há incógnitas a considerar
Mas a geometria é variável, és tu que a podes alterar.

Mesmo o rumo mais traçado tem hipótese de mudar
Não há destinos irreversíveis,
Ainda há figuras por construir,
Continua a haver possíveis,

É preciso é descobrir
“O sonho é ver as formas invisíveis”,
Disse alguém
E foi ele também que disse aquilo,
De ser o Binómio de Newton,
Tão belo como a Vénus de Milo
Mas isso faz parte doutra cena,
Ou talvez não, e valha a pena
Pensar em mais algumas coisas belas

Por exemplo: duas linhas paralelas
A encontrarem-se no infinito
Um beijo que ninguém vê, isso é bonito
Ou uma forma que aparece dentro doutra que é igual,
fractal como o destino, a música que corre em espiral
sem que nunca se consiga ver um fim, ou um princípio sequer,

Como a linha que atravessa o espaço
E que se apanha onde quiser
Passo numa linha e faço o traço linha minha.
Traço e faço minha a linha, faço traço e linha.

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