A Matemática do Amor

por Margarida Macedo

Quando me pediram para escrever um pequeno artigo para o Etc…, pensei, evidentemente, num artigo sobre Matemática… afinal é o que estudo, ensino, investigo desde que me lembro. Mas o dia dos namorados está aí à porta… e parece-me (sabe-se lá porquê) muito mais interessante…Daí o título que escolhi, que me perdoe Emma Darwin por usar o título do seu livro (que recomendo).
Mas, perguntarão os mais pragmáticos, que tem a Matemática a ver com o Amor?
É verdade que uma relação de amor não é uma equação matemática, nem uma expressão numérica. Será que existe uma fórmula do amor? Biólogos, químicos, psicólogos, antropólogos ou sexólogos, analisam a estrutura biológica e mental para tentar encontrar uma teoria cientificamente consistente. Depois há os amadores, que lêem os astros, as cartas ou folhas de chá, ou que até culpam um deus Cupido brincalhão de lançar setas de olhos tapados aos corações dos incautos.
Chegou agora a vez dos matemáticos, que analisam os caminhos do amor por meio de números. A modelação matemática estuda padrões, ainda que sejam os padrões de comportamento comuns entre os apaixonados; a partir deles é possível criar modelos para conseguir prever o comportamento, optimizando os resultados pretendidos. Se não descobriram a tal fórmula milagrosa que permite a qualquer um encontrar a sua alma gémea, encontraram conexões entre a Matemática e o amor inesperadas e, acima de tudo, divertidas. Uma das mais interessantes foi desenvolvida por Peter Todd, (Max Planck Institute for Psychological Research); tomando em consideração que, ao longo de uma vida, uma pessoa se relaciona com um número de conhecidos entre cem e mil (colegas de escola e trabalho, amigos, amigos de amigos, etc.) e estatísticas sobre índice de divórcio e expectativa de vida, concluiu que, depois de ter relacionamentos com doze pessoas é possível identificar o perfil de parceiro com o qual ''vai dar certo''. A partir daí, é só procurar as características pré-determinadas nos potenciais candidatos. Pelos cálculos de Todd, quem fizer essa escolha baseada na experiência adquirida nessas condições, tem 75% de possibilidade de formar o par ideal.
Portanto, se ainda não encontrou a pessoa ideal, não desanime… ela anda aí… E também há um estudo que garante que alma gémea não é só uma mas sim várias (o que aumenta a probabilidade de que os vossos caminhos se cruzem).
Se quiser saber mais sobre esta e outras investigações sobre a Matemática e o Amor, recorra ao livro Mathematics and Sex, de Clio Cresswell, professora de Matemática na Austrália, que está na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos e Inglaterra.
Não tendo investigado esta área, os meus conhecimentos resumem-se à óptica do utilizador; daí a minha achega a estes estudos: apaixone-se sem medo… e bom Dia dos Namorados!

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