“Estou sim…”

por Ricardo Dias (12ªE)
Estava no outro dia num dos meus longos e quentes banhos matinais (ainda não tinha o meu cérebro começado a funcionar direito), quando me pus a pensar na diversidade de formas de uma pessoa atender o telefone/telemóvel.
Desde 1860, data em que o telefone surgiu, este já foi atendido das mais variadas formas possiveis. Qual será a forma mais correcta de atender um telefone? Penso que esta problemática está a ser, nos dias de hoje, desprezada.
Há dois tipos de pessoas: as que tem telefone e as que não tem (ignorando a hipotese do tipo de pessoas que não sabem do que um telefone se trata). Para as que não tem, esta crónica pode parecer um bocado inútil, para as outras, muito sinceramente, também…
As frases mais comuns para atender o telefone são:
- “Estou? “ (*Claro que está senão não atendia o telefone)
- “Estou sim?” (O reforço do “sim” confere uma poeticidade incrível à frase)
- “Está?” (*Estou, senão não atendia, também)
- “Está lá?” (Onde será lá? Será cá? Estarei lá ou cá?)
- “Sim?” (Provavelmente quando é aquela pessoa muito aborrecida a ligar mais uma vez para nada…)
- “Boa tarde/Bom dia/Boa noite” (Normalmente surge antes da outra pessoa, que nos vai impingir algum produto ou questionário, nos fizer o seu discurso inicial de vendedor)
- “Toui” (Desconheço o termo, mas asseguro-vos que existe e é utilizado…)
- “Oláááááááá” (Entusiasmo feminino…)
- “Álô” (Estrutura etária entre os 65 e 85 anos ou aspirante a brasileiro)
- “EIII, OLHA NEM TE CONTO” (Problemas de ansiedade)
- “Quem é?” (Perguntas como esta merecem a resposta: Sou Eu…)
- “Desculpe não lhe ter ligado” (Estás feito…)
- “Feliz Natal!!” (Para esta ou qualquer outra saudação festiva apenas digo: poupem-me!!)
- “Diga” (Hmm…Arriscado)
- “Diga lá” (Ainda mais arriscado…)
- “Daqui Ricardo, faz favor” (Deixem-se de Egocentrismos…)
- “Faxabôr” (Ridículo?)
- “Desculpe, mas deve ser engano” (Normalmente resulta de uma saudação calorosa e de uma troca de nome por parte de quem liga ex. “EEII Manel!! Como vai a vida, rapaz??”; Mas também resulta quando não queremos falar com alguém)
- “Desculpe, agora não posso falar” (Pessoas que se acham tão importantes que em vez de não atenderem o telefone, atendem para dizer isto, dando a ideia de estarem ocupados)
- “Olá …hruumm (tosse) … Hello” (A transição dá-se quando nos apercebemos de que não estamos a falar com alguém que fale a língua materna)
Admito a falha nesta “colecção”, pois não inclui as variáveis de cada uma das expressões (ex. Estou sim Calão: Tou/Tásse bem; Popular: Xtou xinhi??;), porém espero ter ajudado muitas almas na percepção desta problemática e alertado a população.
Deveria escrever algo conclusivo, mas não fui capaz após ter re-lido algumas das expressões ali em cima. Forma correcta para atender o telefone? Não há. Mas há formas menos absurdas para o fazer…
Portugal, duas observações:
- Por favor, deixem de usar o “Nokia Tune”, pois de cada vez que toca o vosso telefone com esse toque, toda a gente põe a mão no bolso a ver se foi o seu, e depois ficamos, naturalmente, desiludidos por não ter sido o nosso.
- Deixar o telefone tocar para que as pessoas à vossa volta ouçam o toque, é simplesmente ridículo…
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