Porto de poema
por Catarina Lopes Costa (aluna do 10ºB)
Rendo-me.
Morro de amor pelo Porto
Assim que desembarco, no cinza azulado
Com cabelos suspensos, cheirando a Douro
sou quase pura.
O Porto tem mistérios que transforma a emoção
Clássico e íntimo,distante e sereno,
arrogante e terno, soberbo e entristecido.
O Porto veste-se
de forma diferente:
ousado e vanguardista,
formal e discreto.
Os monumentos envelhecem
ao ritmo dos dias,
cansados.
Estar no Porto
é entrar no silêncio profundo
de Agustina,
é perder o pé
numa tela de Resende,
é ganhar a voz
num poema de Andrade.
Porto de sombras
Porto de sol
Porto que trabalha.
O Porto.
Porto de mistério!
Será do nevoeiro? ou da claridade?
Das casas austeras, dos jardins
ou das ruas apertadas?
Da sombra do rio?
A chuva escorrega, desliza no parque,
amortece suavemente.
Embala-me
este orgulho da minha cidade.
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