Visita de estudo ao Parque Natural do Litoral Norte


por Bernardo Machado (aluno do 10ºA)

No passado dia 13 de Março, a turma do 10ºA, juntamente com a turma do 10º C, acompanhados pelas professoras Beatriz Costa e Ana Bela Saraiva, foram visitar o Parque Natural do Litoral Norte, situado em Esposende.
Esta visita teve como objectivos identificar ecossistemas costeiros e identificar problemas no ordenamento da orla costeira.
Saímos da escola pelas 08:35 horas, embora a hora prevista fosse às 8:00 horas em ponto. Este atraso ocorreu devido ao atraso de alguns alunos. Fizemos uma animada viagem de autocarro, com muita música, brincadeira e tivemos tempo ainda para preparar algumas partidas aos nossos colegas. Chegamos a Esposende por volta das 9:30 horas, a hora prevista da chegada.
Neste momento ficamos a conhecer o guia que nos viria a acompanhar durante toda a viagem pelo Parque Natural, o Professor Artur e iniciamos a visita.
Começamos a visita junto ao rio Cávado, uma zona litoral baixa devido à acção do mar e da erosão, numa das margens deste rio. Aí, vimos vários canais e uma planície de abrasão, uma arriba fóssil.
Vimos um jacinto de água doce, matéria em decomposição, que é considerado uma praga. Estes morrem, porque esta zona litoral é de água salgada, e estes são de água doce, pelo que estes não conseguem sobreviver neste meio adverso. Ainda bem!
Esta zona junto ao rio, prados salgados atlânticos, tem pouca biodiversidade devido à composição de elevada salinidade destes terrenos. Algumas plantas que, ainda assim, sobrevivem e se desenvolvem nestes terrenos são, por exemplo, os juncos e a arméria marítima.
Seguimos com a visita, caminhando por trilhos e, ao subirmos um pouco, afastando-nos da margem, de pronto saltou à vista uma grande diferença comparativamente, as zonas mais baixas. A biodiversidade.
Aqui já se avistavam variadas espécies, como o tremoceiro bravo, a urze branca, austrálias, acácia longifolia, entre outras. Mas porque razão aqui a biodiversidade aumentou drasticamente? A resposta é simples. A salinidade dos terrenos condiciona a biodiversidade na medida em que a maior parte das plantas não suporta grande salinidade, logo podemos pressupor, que aqui a salinidade é menor. Conclui-se que os juncos suportam a salinidade, e os locais onde estes se encontram, são aqueles onde as marés chegam, e onde estes não existem, são locais onde as marés não chegam.
Passamos de trilhos, para passadiços. Percorremos os passadiços ao longo de canais, até chegarmos a uma zona em pleno estuário. Ai vimos uma rede canais onde estavam tainhas, que formam um habitat chamado sapal. Nas margens dos canais existem muitas areias e lamas que contêm bichinhos que servem de alimentação a alguns seres vivos, tendo assim intervenção nas cadeias alimentares. Estes factores fazem com que esta, seja uma zona muito produtiva. Estas lamas e areias, são também importantes para estudar a qualidade das águas, pois contêm informação sobre o passado dessa zona. Os estuários servem de filtros às águas, fazendo com que as águas cheguem mais limpas ao mar. Então um estuário tem algumas funções, como por exemplo a filtração.
Após esta passagem pelo estuário, tivemos uma mudança repentina de habitat. Entramos numa zona de pinhal. Este pinhal não é 100 % natural disse-nos o professor Artur. Mas porquê? As respostas óbvias foram a existência de casas nesse pinhal. Mas não, o pinhal não é 100 % natural porque foi semeado. Antes, no lugar desse pinhal existiam dunas, mas plantaram-se pinheiros bravos, pois crescem rapidamente e dão-se bem em areias. O objectivo deste processo consiste em fixar as areias, pois esta é uma zona ventosa e as areias levantavam muito, então encontrou-se esta solução para fixar as areias.
Saímos do pinhal e voltamos aos passadiços. Caminhamos até um miradouro. Daí podíamos observar os canais; a outra margem, artificializada, do estuário; a restinga (cabedelo) que se estende ao longo de 2 km, que é uma geoforma costeira, de que as dunas são parte integrante. É dotada de grande mobilidade e está em constante evolução e constitui uma defesa natural contra a invasão do mar da cidade de Esposende, além se ser um valor paisagístico e de lazer. Ficamos a saber que a erosão é que leva à formação das restingas; Vimos também esporões para retenção de areias ao longo das praias; um cordão dunar, que é uma duna embrionária, que quando atinge uma determinada dimensão passa a chamar-se duna primária. Esta cresce em altura e forma uma duna secundária, que é mais baixa e que é protegida dos ventos. Tem grande biodiversidade.
Ainda no miradouro, o professor Artur explicou-nos as funções das paliçadas e dos passadiços. As paliçadas servem para recuperar as dunas e, estão a ser introduzidas para reter as areias. Já os passadiços foram criados para as pessoas não andarem nas dunas e assim evitar a sua destruição.
Após algum tempo no miradouro, fomos dar um passeio pela praia. O professor Artur explicou-nos que o mar está em transgressão devido ao aquecimento global, ao degelo, mas o professor diz que a maior causa do avanço do mar é devido a processos naturais. Continuamos a nossa caminhada ao longo da praia, sempre a tentar convencer a professora Beatriz a deixar-nos dar um mergulho, sempre sem sucesso, até chegarmos junto às chamadas Três tristes torres. Estas estão em perigo de cair devido à sua construção próxima da linha de mar, e o avanço das marés é um perigo iminente.
Finalmente, a paragem para almoçar às 12:15 horas. Tivemos uma hora e meia para almoçar, foi muito divertido. A nossa turma juntou-se toda junto a um parque de diversões para crianças. Almoçamos todos juntos, partilhamos os nossos almoços e divertimo-nos muito. Após o almoço, alguns foram ao café comer um gelado, e outros ficaram de calções de banho a brincar na relva e no parque de diversões. Ainda não somos assim tão crescidos, ou pelo menos é o que parece!
Retomamos a visita às 14:05 horas. Dirigimo-nos para a sede do Parque Natural do Litoral Norte, onde tivemos uma pequena palestra com o professor Artur.
Ficamos a saber que um parque natural é área com paisagens naturais, semi-naturais e humanizadas. Um parque natural tem como objectivos a conservação da Natureza, a protecção dos espaços naturais e das paisagens, a preservação das espécies da fauna, da flora e dos seus habitats naturais e também a manutenção dos equilíbrios ecológicos e a protecção dos recursos naturais contra todas as formas de degradação. Este parque natural fica localizado em Esposende, estende-se ao longo de 18 km, e tem cerca de 8887 ha. Pretende-se expandir o parque até Viana do Castelo e Caminha. O parque tem bastantes biótopos como: o mar, os recifes, as praias, as dunas, o pinhal, o carvalhal, a lagoa, o estuário, os campos agrícolas, entre outros.
Ficamos também a conhecer algumas espécies existentes na Avifauna, como o guarda-rios, o maçarico-galego, a gaivota argêntea e a garça-branca-pequena; o património do parque natural: a capela da Senhora da Bonança e Facho de Fão, o forte de São Batista e os moinhos da Apúlia; algumas actividades tradicionais como a pesca, o turismo, a agricultura em Maçeiras e a apanha do Sargaço em Cedovem; alguns problemas do parque, como a pressão urbanística, a pressão humana, a erosão costeira e a introdução de espécies exóticas. alguns projectos desenvolvidos pelo parque: Paliçadas, passadiços (5000 m), vedações (impedem o acesso dos carros a zonas proibidas), o estacionamento, a informação e sinalização, a sensibilização ambiental, a vigilância e televigilância.
Após a palestra, entramos na camioneta e fomos visitar mais uma praia. Ai, no passadiço entre as casas e o mar, foi-nos dito que as dunas é que separam o mar das casas. Estas servem de protecção. Demos uma rápida volta pela praia e voltamos a entrar na camioneta.
Desta vez fomos a uma praia de seixos. Impressionante. É como se a areia fosse de gigantes grãos. Mandamos seixos para a água, fizemos dedicatórias nestes e mandamos ao mar. Foi muito divertido!
Entramos novamente na camioneta e fomos em direcção à nossa última paragem. Foi uma praia onde a existência da erosão era bem real e bem visível. Tivemos ainda tempo para tirar algumas fotografias para mais tarde recordar.
Entramos na camioneta e, só saímos mais uma vez antes de chegar ao Porto. Fomos lanchar, e ainda houve energia para um rápido jogo de basquetebol com uns rapazes de Esposende. Fizemo-nos à estrada em direcção à escola. Com um cancioneiro dos escuteiros, animamos a viagem de regresso. Cantamos muitas músicas de muitos autores. Foi muito divertido.
Chegamos à escola às 18:25 horas, 25 minutos mais tarde do que a hora prevista. Foi o fim de um dia exaustivo, mas também muito divertido.
Foi uma visita espectacular, adorei!!!

Comentários

Beatriz disse…
Quero deixar aqui o meu agradecimento a todos os alunos que participaram nesta visita de estudo, pelo interesse demonstrado, pelo elevado sentido cívico com que participaram na visita e pelo comportamento exemplar que honra e dignifica a nossa escola.
Assim é um gosto levar os alunos a visitas de estudo.
Parabéns!
Beatriz Marques da Costa

Mensagens populares deste blogue

A Escola de Miragaia

Entrevista a Manuel Cruz