Considerações intempestivas sobre a educação (continuação)
por António Augusto Oliveira Cunha e António Tavares
Unidade e diversidade da educação.
Nas considerações anteriores falámos de educação, ensino e formação. Na primeira distinguimos educar e ensinar; na segunda ensinar e formar. Hoje vamos referir a unidade e diversidade da educação. Por ser uma problemática na qual imergimos diariamente e que dá sentido à nossa acção como profissionais, voltaremos a estes temas. Voltaremos, intempestivamente?
Pode pensar-se que na nossa época hiperespecializada, ao educando é imposta uma sucessão incoerente de processos educativos, e que essa realidade funciona quase sempre em seu detrimento. Para não nos alongarmos muito, concentremo-nos na questão dos valores e podemos pensar que os três termos acima referidos: educar, ensinar, formar, se bem que distintos, ou melhor por serem distintos, mantêm entre si uma relação de complementaridade.
Vejamos: quer se trate da educação familiar, do ensino, ou da formação, aprende-se nestas três situações. É certo que o termo aprender tem sentidos muito diversos, mas uma coisa é clara, quem aprende - pouco importa o que se aprende, e se a aprendizagem se processa de uma maneira mais ou menos espontânea ou intencional - torna-se outro ser pelo facto de ter aprendido. Tornar-se outro, quer aqui dizer tornar-se um pouco mais humano.
O homem deve tornar-se humano; a criança nasce com essa possibilidade. E tudo o que faz dela um homem - o domínio do corpo, a linguagem, a moral, o domínio das técnicas, os saberes - aprendeu-o pela educação. E o que é a educação, afinal? Se quisermos apresentar uma noção, dizemos que a educação é o conjunto dos processos e dos procedimentos pelos quais o ser humano acede à cultura. E é esta aquilo que distingue o homem do animal.
Na educação assim definida, a educação familiar, o ensino, a formação aparecem como partes, ou melhor, como fases da aprendizagem humana. Na família, a criança aprende a crescer, a formar a sua personalidade e a sua vida relacional. Na escola, aprende a compreender, adquire os saberes necessários à interpretação do mundo e dos factos sociais, aprende o valores da cidadadnia, etc. Nas formações, aprende a sua ou as suas futuras funçõs sociais. A tarefa da pedagogia - esclarecida pelas diversas ciências da educação é que estas diversas dimensões da educação cooperem em vez de se obstruírem.
(Referência bibliográfica. O. Reboul, La philosophie de l'éducation.)
Unidade e diversidade da educação.
Nas considerações anteriores falámos de educação, ensino e formação. Na primeira distinguimos educar e ensinar; na segunda ensinar e formar. Hoje vamos referir a unidade e diversidade da educação. Por ser uma problemática na qual imergimos diariamente e que dá sentido à nossa acção como profissionais, voltaremos a estes temas. Voltaremos, intempestivamente?
Pode pensar-se que na nossa época hiperespecializada, ao educando é imposta uma sucessão incoerente de processos educativos, e que essa realidade funciona quase sempre em seu detrimento. Para não nos alongarmos muito, concentremo-nos na questão dos valores e podemos pensar que os três termos acima referidos: educar, ensinar, formar, se bem que distintos, ou melhor por serem distintos, mantêm entre si uma relação de complementaridade.
Vejamos: quer se trate da educação familiar, do ensino, ou da formação, aprende-se nestas três situações. É certo que o termo aprender tem sentidos muito diversos, mas uma coisa é clara, quem aprende - pouco importa o que se aprende, e se a aprendizagem se processa de uma maneira mais ou menos espontânea ou intencional - torna-se outro ser pelo facto de ter aprendido. Tornar-se outro, quer aqui dizer tornar-se um pouco mais humano.
O homem deve tornar-se humano; a criança nasce com essa possibilidade. E tudo o que faz dela um homem - o domínio do corpo, a linguagem, a moral, o domínio das técnicas, os saberes - aprendeu-o pela educação. E o que é a educação, afinal? Se quisermos apresentar uma noção, dizemos que a educação é o conjunto dos processos e dos procedimentos pelos quais o ser humano acede à cultura. E é esta aquilo que distingue o homem do animal.
Na educação assim definida, a educação familiar, o ensino, a formação aparecem como partes, ou melhor, como fases da aprendizagem humana. Na família, a criança aprende a crescer, a formar a sua personalidade e a sua vida relacional. Na escola, aprende a compreender, adquire os saberes necessários à interpretação do mundo e dos factos sociais, aprende o valores da cidadadnia, etc. Nas formações, aprende a sua ou as suas futuras funçõs sociais. A tarefa da pedagogia - esclarecida pelas diversas ciências da educação é que estas diversas dimensões da educação cooperem em vez de se obstruírem.
(Referência bibliográfica. O. Reboul, La philosophie de l'éducation.)
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