Visita de Estudo ao Parque Natural do Litoral Norte
por Mussa “ Dogzilla Tha Don” Seidi (aluno do 10ºG)
No dia 26 de Março de 2009, efectuamos uma visita de estudo ao Parque Natural do Litoral Norte no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia acompanhados pelas professoras Alexandra Tabuaço, Helena Guichard e Ana Oliveira. Esta visita teve como principal objectivo sensibilizar-nos para a importância da biodiversidade.
A saída estava prevista para 8h mas, como sempre, eu cheguei atrasado… adiante… A viagem correu sem incidentes, pelo menos que mereçam constar neste relatório.E eis que começa o percurso pedestre: a primeira paragem do Professor Artur (nosso guia) foi junto ao leito do rio Cávado onde pudemos observar vários habitats e sua biodiversidade; continuámos a seguir o curso do rio e o professor explicou-nos que o estuário se caracteriza pelo seu tipo de fauna; do outro lado do rio observámos uma planície, zona que o mar já cobriu e que agora é uma arriba fóssil. Um aspecto a salientar: na nossa margem existia muito lixo que foi justificado pelo professor Artur da seguinte maneira - o rio passa por zonas habitadas e é ali que é poluído.Fomos avançando nos passadiços e a vegetação foi se densificando. Observámos o sapal que se encontra ameaçado pela ocupação humana, o que causa um grande desequilíbrio no ecossistema. O sapal é a zona mais produtiva do rio e alimenta muitas espécies de reduzidas dimensões: aves filtradoras, patos, pilritos, borreto, corvo preto, garça real e garça branca.
Chegámos à zona da floresta, considerada zona semi-natural onde havia pinheiros plantados nos anos quarenta. No início dos anos 60 e 70 esta zona começou a ser intensamente povoada. A coexistência entre o homem e a natureza é possível mas implica regras, que raramente são respeitadas onde quer que existam.
Tínhamos chegado ao ponto mais alto da caminhada e dava para ver toda a zona circundante. Via-se o conjunto de canais, uma língua de areia (restinga), dunas embrionárias, dunas primárias, dunas secundárias onde cresciam acácias e chorões.
Aquela brisa pura a soprar na cara dava uma sensação de liberdade infinita, e a luz a fazer ricochete na pele transmitia uma sensação que há muito não sentia! É como tocar o sol e não nos queimarmos… Estávamos num meio urbano e ao mesmo tempo na natureza… tinha vontade de ficar e para sempre habitar aquela frágil beleza.
Como as coisas boas duram pouco, logo rumámos de volta ao transporte percorrendo a praia onde encontrámos algumas habitações que são o exemplo perfeito da má ocupação antrópica: habitações que foram construídas sobre as dunas e que tiveram de sofrer obras de modo a travar o avanço do mar… caras essas obras e que não resolvem o problema! A única solução é recuar…
Depois do almoço fomos assistir a uma apresentação mais detalhada sobre o parque: ficámos a saber que havia uma grande especulação sobre a zona do parque e que por isso se decidiu criá-lo para se proteger este local de homens corruptos que estão dispostos a subornar outros que aceitam esse dinheiro repugnante para destruir locais daqueles. A administração do parque está a batalhar como pode, introduz plantas que resistem à erosão, constrói paliças, estacionamento, passadiços, campos agrícolas, vedações e fornece informação, sinaliza e realiza campanhas de sensibilização.
Está na hora de pôr fim a esta série de “auto- -mutilação”! O que os japoneses disseram é verdade: o bater de asas de uma borboleta no Japão pode causar um furacão no pacífico… Está na hora de agir… diz-se que não podemos mudar todo o mundo e até pode ser verdade, mas podemos mudar-nos a nós mesmos e fazer com que o próximo deseje o mesmo.
No caminho de volta sentia um turbilhão de emoções, sentia-me grato por ter visitado um lugar daqueles e pena pelas gerações que poderão não o encontrar… sentia-me indignado pela vulnerabilidade do local à ambição humana e furioso ao saber que, apesar de todos os esforços, o parque está a perder a batalha contra a urbanização, por isso saí dali disposto a mudar algo, em mim e nos demais, e este relatório é apenas o princípio, pois:
O futuro não é amanhã, é agora
Estamos a sonhar dentro de um pesadelo
Pensar viver num mundo azul e amarelo
Assassinando a fauna e a flora
É hoje sem mais demora
Aceitar sacrificar pelos demais
Pois como eu vês os sinais
O rumo destrutivo que segue a nossa história
Cercar do poder a escória
Esperar pelas manhãs recordação
Semear sonhos férteis na serra
Evitar batalhas infrutíferas
E ter esperança que nasça nova nação.
No dia 26 de Março de 2009, efectuamos uma visita de estudo ao Parque Natural do Litoral Norte no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia acompanhados pelas professoras Alexandra Tabuaço, Helena Guichard e Ana Oliveira. Esta visita teve como principal objectivo sensibilizar-nos para a importância da biodiversidade.
A saída estava prevista para 8h mas, como sempre, eu cheguei atrasado… adiante… A viagem correu sem incidentes, pelo menos que mereçam constar neste relatório.E eis que começa o percurso pedestre: a primeira paragem do Professor Artur (nosso guia) foi junto ao leito do rio Cávado onde pudemos observar vários habitats e sua biodiversidade; continuámos a seguir o curso do rio e o professor explicou-nos que o estuário se caracteriza pelo seu tipo de fauna; do outro lado do rio observámos uma planície, zona que o mar já cobriu e que agora é uma arriba fóssil. Um aspecto a salientar: na nossa margem existia muito lixo que foi justificado pelo professor Artur da seguinte maneira - o rio passa por zonas habitadas e é ali que é poluído.Fomos avançando nos passadiços e a vegetação foi se densificando. Observámos o sapal que se encontra ameaçado pela ocupação humana, o que causa um grande desequilíbrio no ecossistema. O sapal é a zona mais produtiva do rio e alimenta muitas espécies de reduzidas dimensões: aves filtradoras, patos, pilritos, borreto, corvo preto, garça real e garça branca.
Chegámos à zona da floresta, considerada zona semi-natural onde havia pinheiros plantados nos anos quarenta. No início dos anos 60 e 70 esta zona começou a ser intensamente povoada. A coexistência entre o homem e a natureza é possível mas implica regras, que raramente são respeitadas onde quer que existam.
Tínhamos chegado ao ponto mais alto da caminhada e dava para ver toda a zona circundante. Via-se o conjunto de canais, uma língua de areia (restinga), dunas embrionárias, dunas primárias, dunas secundárias onde cresciam acácias e chorões.
Aquela brisa pura a soprar na cara dava uma sensação de liberdade infinita, e a luz a fazer ricochete na pele transmitia uma sensação que há muito não sentia! É como tocar o sol e não nos queimarmos… Estávamos num meio urbano e ao mesmo tempo na natureza… tinha vontade de ficar e para sempre habitar aquela frágil beleza.
Como as coisas boas duram pouco, logo rumámos de volta ao transporte percorrendo a praia onde encontrámos algumas habitações que são o exemplo perfeito da má ocupação antrópica: habitações que foram construídas sobre as dunas e que tiveram de sofrer obras de modo a travar o avanço do mar… caras essas obras e que não resolvem o problema! A única solução é recuar…
Depois do almoço fomos assistir a uma apresentação mais detalhada sobre o parque: ficámos a saber que havia uma grande especulação sobre a zona do parque e que por isso se decidiu criá-lo para se proteger este local de homens corruptos que estão dispostos a subornar outros que aceitam esse dinheiro repugnante para destruir locais daqueles. A administração do parque está a batalhar como pode, introduz plantas que resistem à erosão, constrói paliças, estacionamento, passadiços, campos agrícolas, vedações e fornece informação, sinaliza e realiza campanhas de sensibilização.
Está na hora de pôr fim a esta série de “auto- -mutilação”! O que os japoneses disseram é verdade: o bater de asas de uma borboleta no Japão pode causar um furacão no pacífico… Está na hora de agir… diz-se que não podemos mudar todo o mundo e até pode ser verdade, mas podemos mudar-nos a nós mesmos e fazer com que o próximo deseje o mesmo.
No caminho de volta sentia um turbilhão de emoções, sentia-me grato por ter visitado um lugar daqueles e pena pelas gerações que poderão não o encontrar… sentia-me indignado pela vulnerabilidade do local à ambição humana e furioso ao saber que, apesar de todos os esforços, o parque está a perder a batalha contra a urbanização, por isso saí dali disposto a mudar algo, em mim e nos demais, e este relatório é apenas o princípio, pois:
O futuro não é amanhã, é agora
Estamos a sonhar dentro de um pesadelo
Pensar viver num mundo azul e amarelo
Assassinando a fauna e a flora
É hoje sem mais demora
Aceitar sacrificar pelos demais
Pois como eu vês os sinais
O rumo destrutivo que segue a nossa história
Cercar do poder a escória
Esperar pelas manhãs recordação
Semear sonhos férteis na serra
Evitar batalhas infrutíferas
E ter esperança que nasça nova nação.
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