Comemoração do Centenário da República na nossa escola


por Gracinda Proença Paulino (Coordenadora da Área disciplinar Grupos 400 e 200)

A escola Básica e Secundária. Rodrigues de Freitas dedicou grande parte do dia 28 de Janeiro de 2010 à evocação da proclamação da República.
Começámos pelo princípio da revolução republicana, pois assim entendemos que deveria ser. Evocámos o contributo da nossa cidade para que a República fosse possível em Portugal. A nossa escolha não podia deixar de recair sobre a Revolução de 31 de Janeiro de 1891.
Tivemos a honra de poder contar com dois distintos investigadores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Figuras com perfil invejável, quer pelo notável currículo em prol da investigação e formação de jovens universitários quer pela humanidade que fazem questão de preservar.
Os eventos do dia 28 de Janeiro decorreram na nossa bela e preciosa biblioteca a Biblioteca Jaime Cortesão.
Pelas 9.00 H e 30 M começou a palestra proferida pelo Professor Doutor Gaspar Martins Pereira, Responsável pelo Departamento de História e de Estudos Políticos e da Faculdade de Letras do Porto, sob o título:

“O Porto nas Lutas pela Liberdade”
Pelas 11.00 H foi a vez da palestra proferida pelo Professor Doutor Jorge Fernandes Alves, Director da Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
“Rodrigues de Freitas no Republicanismo Português”
O público alvo preferencial destinatário destas conferências, na impossibilidade as abrir as toda a comunidade educativa, foram os alunos do ensino secundário.
Os objectivos desta actividade proposta foram:
- sensibilizar para o dinamismo da nossa cidade o Porto nas lutas pela Liberdade;
- destacar a importância da Revolução de 31 de Janeiro de 1891 como gérmen da República;
conhecer a História da nossa cidade;
- divulgar a acção de Rodrigues de Freitas, patrono da nossa escola, na dinâmica do republicanismo;
- incentivar o interesse pelo conhecimento do pensamento e acção de Rodrigues de Freitas;
- enraizar hábitos de cidadania participando em actividades que vão para além do exercício das actividades curriculares;
exercitar o saber-ser e saber-estar.
O Professor Gaspar Martins Pereira conduziu-nos numa visita guiada no tempo, que se iniciou nos tempos medievos do Porto. Foi destacando o contributo sempre
pronto das suas gentes para defender liberdades adquiridas e lutar pelo que considerou, em cada momento da sua longa História, ser o mais democrático para si e para Portugal. Assim fez em 31 de Janeiro de 1891. O país provou não estar pronto para a Mudança. Ela só haveria de se concretizar em 10 de Outubro de 1910. O Porto teve pressa em dar solução a um Portugal desgastado, quase descrente no futuro.
As revoluções estremecem as estruturas, concretizam as mudanças, fazem a História ganhar velocidade, mas, cobram sacrifícios e o 31 de Janeiro de 1891 não foi excepção. O Porto sacrificou muitos dos seus cidadãos em nome da República. Um dos julgados em conselho de guerra, a bordo de um navio no Porto de Leixões, definiu a República como algo que não sabia exactamente o que era mas que deveria ser muito bom, pois só a evocação de tal nome República o fazia chorar.
O Porto não implantou a República em 31 de Janeiro de 1891, mas a sua ousadia permitiu testar o país, permitiu tirar ilações e permitiu o sucesso da revolução de 10 de Outubro de 1910, em Lisboa.
O Professor Jorge Fernandes Alves, conhecedor como ninguém, do pensamento e obra do patrono da nossa escola José Joaquim Rodrigues de Freitas não se cansou de passar a mensagem, já por si escrita em livros e artigos publicados, do muito que o Republicanismo e a República devem a este portuense incansável. Mostrou-nos os muitos caminhos que nós alunos e professores podemos e devemos desbravar trabalhando a figura multifacetado que é Rodrigues de Freitas. Engenheiro de formação, fez obra como pedagogo, economista, publicista, e acima de tudo, foi um cidadão sempre atento e lutador pelo que considerou melhor para o Porto e para Portugal.
A nossa escola agradece, mais uma vez, aos Professores Martins Gaspar Pereira e Jorge Fernandes Alves por terem arranjado, nas suas preenchidas agendas, tempo para nós.

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