Consumo responsável: A ecomoda

pelo Clube Comércio Justo

O respeito pelo meio ambiente, a utilização de fibras e tintas naturais, a reciclagem de roupas e objectos usados são a base da moda ecológica, que, pouco a pouco, ganha terreno entre os consumidores e estilistas. A“ecomoda” confecciona roupa orgânica, isto é, elaborada com tecidos em cuja produção não são usados produtos químicos, fertilizantes, ou pesticidas. E, embora a moda de baixo impacto ambiental esteja mais desenvolvida em mercados como o inglês (com Stella Mccartney) e o alemão, até gigantes do ramo, como Giorgio Armani, estão dispostos a aderir à tendência.
O mesmo está a acontecer na vizinha Espanha, onde se realizam desfiles de vestuário do Comércio Justo.
A Lifegate, uma organização italiana que promove a consciência ecológica e um estilo de vida sustentável e solidário, dentro de pouco tempo, irá apresentar ao mercado local, um jeans ecológico, onde se utiliza algodão turco, cultivado segundo as normas da agricultura biológica.
Tendo consciência que o esgotamento da biodiversidade é uma realidade, a moda ecológica, com o apoio das Nações Unidas, promove a reciclagem (de materiais e roupa usada) não só para proteger o meio ambiente, mas também para promover a economia nas grandes empresas e recuperar materiais nos países em desenvolvimento.
Moda e Direitos Humanos
Com a globalização, a grande maioria das roupas que encontramos nas lojas, foram produzidas pelos países pobres do Sul. As empresas ricas do Norte, para aumentarem os lucros e reduzirem os custos da produção, recorrem a mão-de obra barata na Ásia e na África. Aí, exploram crianças, homens e mulheres, que trabalham nas fábricas doze a catorze horas por dia, sem contratos, sem seguros de saúde, recebendo salários que lhes permitem, apenas, sobreviver. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, existem no Mundo entre quinhentos mil a dois milhões de vítimas de intoxicações agroquímica e, um terço delas é de cultivadores de algodão (Índia, Paquistão).
Por tudo isto, faz sentido, quando compramos uma peça de vestuário, interrogarmo-nos se a empresa que a produziu, se orientou por um sistema “Boas Práticas”, respeitou os Direitos Humanos, o Ambiente e os Direitos dos Animais.
Somos o que vestimos!
Algumas sugestões a ter em conta no momento da compra:
- Comprar apenas o que necessitamos;
- Não nos deixarmos influenciar pela publicidade das marcas;
- Usar tecidos naturais (algodão, lã, linho, cânhamo);
- Comprar no comércio local ou nas lojas de Comércio Justo;
- Valorizar o compromisso social e ambiental da empresa (EMAS, OHSAS 18001);
- Não comprar peles de animais;
- Comprar calçado e roupa em material reciclado.
Nota: no Porto podes aprender a reciclar a tua roupa. “O Turbilhão das Ideias”, organiza “Workshops” orientados por estilistas. Aí podes descobrir a dar uma nova vida às “tshirts” ou “jeans”. Fica no HUB, junto à Faculdade de Economia.

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