Os Heróis do 31 de Janeiro e o Republicanismo
por Maria Marmelo(aluna do 11ºD)
No fim deste mês, comemoram-se os 119 anos da Revolução de 31 de Janeiro, que teve lugar na cidade do Porto.
Esta revolução foi dos primeiros (senão o primeiro) movimento revolucionário tendo em vista a implementação de um sistema governamental republicano em Portugal. Tal objectivo, foi conseguido a 5 de Outubro de 1910, celebrando-se este ano 100 anos.
Diz a História que os portuenses se sentiam inconformados com a política de D. Carlos em relação ao ultimato feito pelos britânicos em 1890 (Questão do Mapa Cor-de-Rosa), que decidiu entregar aos seus ‘inimigos’ os territórios entre Angola e Moçambique.
Portanto, na madrugada de 31 de Janeiro um batalhão de bravos homens dirige se à actual Praça da República. A eles juntam-se mais grupos de militares (Infantaria 10, a Cavalaria 6,Guarda Fiscal) e civis que continuam descendo pela Rua do Almada até, à hoje, chamada Praça de D. Pedro. Chegados a esse ponto, todos os revolucionários ouviram, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, Alves da Veiga proclamar o governo provisório da República e hastear uma bandeira vermelha e verde. Todos os militares e simpatizantes civis sobem então a Rua de Santo António em direcção à Praça da Batalha, onde são surpreendidos pela Guarda Municipal, fiéis ao rei ,que vitima 12 pessoas e fere outras 40.
As maiores figuras desta Revolução foram: Alves da Veiga (jornalista e político republicano), António Amaral Leitão (mais conhecido por Capitão Leitão, foi um dos oficiais portugueses mais activos), Rodolfo Malheiro, Rodrigues de Freitas (professor catedrático e politico português), tenente Coelho, Verdial (actor) e Santos Cardoso, João Chagas (jornalista, diplomata e politico, mais tarde primeiro-ministro da I República de Portugal), Aurélio da Paz dos Reis (comerciante e pioneiro do cinema em Portugal), Sampaio Bruno (escritor e filósofo), Basílio Teles (professor), entre tantos outros.
O desfecho da revolta foi, à primeira vista, trágico. A revolta falhou, porque a falhou a unidade de todos os Republicanos, porque as altas patentes militares não aderiram ao movimento e porque não houve apoio a nível nacional para derrubar a Monarquia. Para além dos civis, foram julgados 505 militares, a bordo de navios de Guerra, ancorados no porto de Leixões e mais tarde, condenados a penas que variavam entre os 18 meses e os 15 anos de prisão. Foi o caso do velho republicano portuense Felizardo Lima.
Em memória desta Revolução, os republicanos ergueram, em honra dos que morreram, um monumento no cemitério do Prado do Repouso e após o 5 de Outubro a então, chamada Rua de S. António, foi baptizada de Rua de 31 de Janeiro
Os homens do 31 de Janeiro tinham ousado colocar Portugal na vanguarda política europeia, salvando o país de uma política desastrosa.Lançaram à terra o húmus onde germinaram as sementes do republicanismo que floresceram no 5 de Outubro de 1910 (José Augusto Seabra, Jornal República, 7 de Maio de 2001)
Ao longo dos tempos a sua atitude serviu de exemplo e manteve viva a chama da luta, na senda dos ideais iluministas, pela Democracia e pela Liberdade, quer através de romagens, quer de reuniões e congressos como aconteceu em Aveiro em 1956. A História é tantas vezes imperfeita, feita de suor, de trabalho e de sangue. Se hoje lembramos todos os heróis do 31 de Janeiro e se comemoramos todos os 5 de Outubro, não quer dizer que os desfechos de cada Revolução tenham corrido bem, mas significa que cada sacrifício valeu a pena para actualmente vivermos num Portugal em que dizemos: eu voto, eu escolho, eu sou livre.
No fim deste mês, comemoram-se os 119 anos da Revolução de 31 de Janeiro, que teve lugar na cidade do Porto.
Esta revolução foi dos primeiros (senão o primeiro) movimento revolucionário tendo em vista a implementação de um sistema governamental republicano em Portugal. Tal objectivo, foi conseguido a 5 de Outubro de 1910, celebrando-se este ano 100 anos.
Diz a História que os portuenses se sentiam inconformados com a política de D. Carlos em relação ao ultimato feito pelos britânicos em 1890 (Questão do Mapa Cor-de-Rosa), que decidiu entregar aos seus ‘inimigos’ os territórios entre Angola e Moçambique.
Portanto, na madrugada de 31 de Janeiro um batalhão de bravos homens dirige se à actual Praça da República. A eles juntam-se mais grupos de militares (Infantaria 10, a Cavalaria 6,Guarda Fiscal) e civis que continuam descendo pela Rua do Almada até, à hoje, chamada Praça de D. Pedro. Chegados a esse ponto, todos os revolucionários ouviram, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, Alves da Veiga proclamar o governo provisório da República e hastear uma bandeira vermelha e verde. Todos os militares e simpatizantes civis sobem então a Rua de Santo António em direcção à Praça da Batalha, onde são surpreendidos pela Guarda Municipal, fiéis ao rei ,que vitima 12 pessoas e fere outras 40.
As maiores figuras desta Revolução foram: Alves da Veiga (jornalista e político republicano), António Amaral Leitão (mais conhecido por Capitão Leitão, foi um dos oficiais portugueses mais activos), Rodolfo Malheiro, Rodrigues de Freitas (professor catedrático e politico português), tenente Coelho, Verdial (actor) e Santos Cardoso, João Chagas (jornalista, diplomata e politico, mais tarde primeiro-ministro da I República de Portugal), Aurélio da Paz dos Reis (comerciante e pioneiro do cinema em Portugal), Sampaio Bruno (escritor e filósofo), Basílio Teles (professor), entre tantos outros.
O desfecho da revolta foi, à primeira vista, trágico. A revolta falhou, porque a falhou a unidade de todos os Republicanos, porque as altas patentes militares não aderiram ao movimento e porque não houve apoio a nível nacional para derrubar a Monarquia. Para além dos civis, foram julgados 505 militares, a bordo de navios de Guerra, ancorados no porto de Leixões e mais tarde, condenados a penas que variavam entre os 18 meses e os 15 anos de prisão. Foi o caso do velho republicano portuense Felizardo Lima.
Em memória desta Revolução, os republicanos ergueram, em honra dos que morreram, um monumento no cemitério do Prado do Repouso e após o 5 de Outubro a então, chamada Rua de S. António, foi baptizada de Rua de 31 de Janeiro
Os homens do 31 de Janeiro tinham ousado colocar Portugal na vanguarda política europeia, salvando o país de uma política desastrosa.Lançaram à terra o húmus onde germinaram as sementes do republicanismo que floresceram no 5 de Outubro de 1910 (José Augusto Seabra, Jornal República, 7 de Maio de 2001)
Ao longo dos tempos a sua atitude serviu de exemplo e manteve viva a chama da luta, na senda dos ideais iluministas, pela Democracia e pela Liberdade, quer através de romagens, quer de reuniões e congressos como aconteceu em Aveiro em 1956. A História é tantas vezes imperfeita, feita de suor, de trabalho e de sangue. Se hoje lembramos todos os heróis do 31 de Janeiro e se comemoramos todos os 5 de Outubro, não quer dizer que os desfechos de cada Revolução tenham corrido bem, mas significa que cada sacrifício valeu a pena para actualmente vivermos num Portugal em que dizemos: eu voto, eu escolho, eu sou livre.
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