A edição nº12 já está disponível nas escolas do Agrupamento!
Editorial
por Maria José Ascensão (Presidente da C.A.P.)
por Maria José Ascensão (Presidente da C.A.P.)
Apresento-vos o último número do Etc deste ano escolar, último e muito especial. Confesso que esta edição me toca particularmente. Sendo agrupamento de referência para alunos cegos e com baixa visão bem como para alunos portadores de multideficiência, entendemos fechar o ano com chave de ouro, dedicando esta edição à educação especial.
Somos um agrupamento de escolas inclusivo e todos os dias procuramos melhorar o nosso desempenho para termos efectivamente escolas abertas a todos e para satisfazer as necessidades de todos os alunos, em especial daqueles que apresentam necessidades educativas especiais, escolas onde todos se sintam bem, onde apeteça estudar e trabalhar.
Agora que, no nosso país, se fala tanto em inclusão, importa não ficar somente pelas palavras, pela criação de normativos. É necessário que haja correspondência na acção. O princípio da educação inclusiva requer equipas multidisciplinares, condições que facilitem a diversificação das práticas pedagógicas e uma mais eficaz gestão dos recursos especializados disponíveis, visando a melhoria da intervenção educativa, garantindo sempre o princípio da equidade educativa e da igualdade de oportunidades, assentes numa gestão das diversidades (DL 3/2008).
Somos um agrupamento de escolas inclusivo e todos os dias procuramos melhorar o nosso desempenho para termos efectivamente escolas abertas a todos e para satisfazer as necessidades de todos os alunos, em especial daqueles que apresentam necessidades educativas especiais, escolas onde todos se sintam bem, onde apeteça estudar e trabalhar.
Agora que, no nosso país, se fala tanto em inclusão, importa não ficar somente pelas palavras, pela criação de normativos. É necessário que haja correspondência na acção. O princípio da educação inclusiva requer equipas multidisciplinares, condições que facilitem a diversificação das práticas pedagógicas e uma mais eficaz gestão dos recursos especializados disponíveis, visando a melhoria da intervenção educativa, garantindo sempre o princípio da equidade educativa e da igualdade de oportunidades, assentes numa gestão das diversidades (DL 3/2008).
Partilhamos uma visão humanista da escola e centrada no desenvolvimento da pessoa. Por isso, acreditamos que o grande desafio do século XXI é investir na educação, de cada indivíduo, de maneira que este seja cada vez mais capaz de exprimir, afirmar e desenvolver o seu próprio potencial humano. Na escola pública cada um deve encontrar igualdade de oportunidades de acesso, mas, sobretudo, igualdade de oportunidades de sucesso. A excelência da escola reside essencialmente na sua capacidade de educar e integrar, de abrir caminhos alternativos, de respeitar a individualidade de cada um. Não deixar ninguém de fora é o nosso princípio. Os cerca de cem alunos com necessidades educativas especiais e os dezoito docentes especializados traduzem bem o peso da educação especial no nosso agrupamento. Ao longo deste ano, foram muitas as iniciativas e as actividades desenvolvidas e o balanço altamente positivo. Não podendo mencionar todos, esta edição do nosso jornal dá conta de algumas das actividades e dos projectos mais significativos, com impacto na sensibilização para a problemática da deficiência visual, bem como para o desenvolvimento do sentido de responsabilidade, cooperação e cidadania na comunidade escolar e na inclusão de alunos com multideficiência. Destacamos o Clube Braille, o Clube do Brinquedo Adaptado, a Oficina das Construções Tácteis, o Desporto adaptado (Goalball), os projectos de qualidade apresentados a concurso, os “Sábados Especiais”, entre outras iniciativas em que os nossos alunos nos deixaram orgulhosos da sua participação activa. Temos também uma referência ao excelente trabalho das duas Unidades de Apoio à Multideficiência e das terapias específicas, sem esquecer a formação em literacia Braille, que tanto entusiasmou os professores não especializados. O Etc registou alguns testemunhos de pais e encarregados de educação e espera que a participação se torne cada vez mais regular e intensa.
«A escola da discriminação deu lugar à escola da integração; a escola da homogeneidade deu lugar à escola da diversidade.» Bautista Jiménez (1997). Na escola de hoje, temos de aprender a conhecer, a fazer, a ser, mas também a viver juntos, aprender a viver com os outros e com as suas diferenças. A escola do presente carece da realização de projectos inovadores, da construção de redes de trabalho e de estímulos à cooperação. O Etc esteve atento e fez a reportagem da cerimónia da entrega de prémios da 8ª edição do Concurso Escola Alerta: acessibilidades a todos, promovida pelo Instituto Nacional de Reabilitação, em que o nosso projecto “Brinquedo Adaptado” ganhou o primeiro prémio a nível distrital. Foi um óptimo exemplo de criatividade, inclusão e cooperação. Parabéns, muito merecidos, a toda a equipa liderada pela professora Ana Rodrigues. As inovações são o resultado das micromudanças com capacidade para desfazer/refazer e desconstruir rotinas e práticas e estão ao nosso alcance, especialmente se trabalharmos cooperativamente. Parece que estamos no bom caminho. O recente relatório do programa de acompanhamento da Educação Especial realizado pela IGE, incidindo no planeamento e organização da educação especial e nas respostas educativas e resultados dos alunos, deixa-nos uma significativa lista de aspectos positivos, dos quais salientamos a aposta na qualificação e valorização dos recursos humanos através da realização de acções de formação interna para docentes e pessoal não docente, a cooperação com instituições locais, o rigor e a clareza na explicitação das medidas educativas a implementar, contidas nos Programas Educativos Individuais, o envolvimento na promoção de respostas educativas diferenciadas e adequadas às necessidades educativas especiais dos alunos e o grau de satisfação dos pais e encarregados de educação em relação ao serviço educativo prestado.
Claro que haverá sempre lugar a medidas de melhoria da acção educativa para prosseguirmos o objectivo de assegurar as condições adequadas ao sucesso de todos e de cada um.
A Declaração de Salamanca (1994) considerou as escolas regulares "...os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos". Levamos essa missão muito a sério. Preocupamo-nos em assegurar a oferta (ainda insuficiente) de respostas para a vida pós-escolar, integração profissional e em centros de emprego apoiado ou de actividades ocupacionais. Ficamos, por isso, muito satisfeitos com a entrada dos alunos com necessidades educativas especiais no ensino superior ou na vida activa e no contacto que continuam a manter connosco. É muito bom sinal.
Como vem sendo habitual, destacamos, nesta edição, uma das escolas do agrupamento: o Jardim de infância da Vitória, que todos poderão ficar a conhecer melhor. Este número contém muitos outros artigos, notícias e reportagens, a não perder.
Chegámos ao fim de um ano duro e difícil, que nos pôs à prova, nos trouxe grandes dificuldades, mas também muitas alegrias e sucessos, um ano que nos aproximou enquanto comunidade, agora mais numerosa e diversificada. Deixo uma palavra de estímulo a todos para que porfiem e acreditem que, juntos, podemos fazer uma Escola melhor e mais inclusiva.
Votos de boas férias, com boas leituras, claro.
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