Porquê Escola Básica e Secundária “Rodrigues de Freitas”?
por João Veloso (aluno do 11ºF da EBSRF) ilustração de Dânia Rodrigues (aluna do 7ºD da EBSRF)
As origens da Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas remontam a 1836, ano em que Passos Manuel, figura proeminente do Liberalismo Português e Ministro do Reino entre 1836-37, fez passar o decreto que consagrava a criação do Liceu Nacional do Porto. Esta escola, testemunho da omnipresente aposta dos Setembristas no ensino público, mudou frequentemente de sede. Passou pela Rua Formosa, por Santa Catarina, pelo Campo 24 de Agosto, registando a passagem pelas suas portas de figuras proeminentes, tanto mestres como discentes.
No ano de 1906, passou a ser designado por Lyceu Nacional Central da 2ª Zona Escolar do Porto, rebatizado dois anos mais tarde como Liceu D. Manuel II, denominação que não duraria muito, já que, com a Implantação da República em 1910, o nome do rei deposto não parecia muito adequado para uma escola que sempre fora das mais reivindicativas e inconformistas escolas do país. Decidiu-se então chamar a este excelso estabelecimento de ensino Liceu Rodrigues de Freitas. Por acharmos assaz importante que os alunos da escola conhecerem o seu patrono, narraremos agora, concisamente, a história de vida de um dos mais ilustres portugueses.
José Joaquim Rodrigues de Freitas viveu entre 1840 e 1896. Formou-se em Engenharia na Academia Politécnica do Porto, onde mais tarde lecionou. Um indivíduo com uma bagagem cultural e intelectual fora de série, para além de ser muito respeitado pelos seus conterrâneos, distinguiu-se academicamente, alcançando o estatuto de “Lente Proprietário”, com apenas 27 anos. Rodrigues de Freitas distingue-se, porém, pela sua carreira política. Simpatizante dos ideais republicanos e socialistas, assim como membro da Maçonaria, foi um dos homens responsáveis pela organização do Partido Republicano Português. Em plena monarquia, teve a honra de ser o primeiro deputado republicano do país, função que desempenhou diligente e exemplarmente.
Diz-nos um seu amigo íntimo, António Luís Gomes, que após ter sido nomeado deputado pelos burgueses monárquicos portuenses, Rodrigues de Freitas tentou declinar o convite, dizendo: “Mas eu sou republicano. Como querem, pois, os senhores que os represente?”, ao que os burgueses responderam: “Mas nós não cuidamos de saber quais são as suas predileções ou inclinações partidárias. Temo-lo na conta de uma pessoa que sabe o que diz; sabemos que é um verdadeiro defensor desta terra e, como tal, queremos e propomos-lhe que nos represente.” Foram estas as palavras que convenceram Rodrigues de Freitas a mudar de ideias e a assumir a responsabilidade de defender ferozmente os interesses da Invicta e do povo português (confrontar com o jornal Contacto, de 1 de Junho de 1983).
Infelizmente, o patrono da nossa escola morreu catorze anos antes da Implantação da República, nunca chegando a ver a realidade por que sempre lutou. Por ter sido um indivíduo tão revolucionário, não admira que durante o Estado Novo (responsável pela construção do edifício onde a escola está sediada desde 1933), o liceu tenha voltado a ser conhecido por D. Manuel II, somente recuperando o seu atual nome em 1974, após a Revolução de Abril, que plantou as sementes da Democracia e Liberdade com que Rodrigues de Freitas sonhara.
As origens da Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas remontam a 1836, ano em que Passos Manuel, figura proeminente do Liberalismo Português e Ministro do Reino entre 1836-37, fez passar o decreto que consagrava a criação do Liceu Nacional do Porto. Esta escola, testemunho da omnipresente aposta dos Setembristas no ensino público, mudou frequentemente de sede. Passou pela Rua Formosa, por Santa Catarina, pelo Campo 24 de Agosto, registando a passagem pelas suas portas de figuras proeminentes, tanto mestres como discentes.
No ano de 1906, passou a ser designado por Lyceu Nacional Central da 2ª Zona Escolar do Porto, rebatizado dois anos mais tarde como Liceu D. Manuel II, denominação que não duraria muito, já que, com a Implantação da República em 1910, o nome do rei deposto não parecia muito adequado para uma escola que sempre fora das mais reivindicativas e inconformistas escolas do país. Decidiu-se então chamar a este excelso estabelecimento de ensino Liceu Rodrigues de Freitas. Por acharmos assaz importante que os alunos da escola conhecerem o seu patrono, narraremos agora, concisamente, a história de vida de um dos mais ilustres portugueses.
José Joaquim Rodrigues de Freitas viveu entre 1840 e 1896. Formou-se em Engenharia na Academia Politécnica do Porto, onde mais tarde lecionou. Um indivíduo com uma bagagem cultural e intelectual fora de série, para além de ser muito respeitado pelos seus conterrâneos, distinguiu-se academicamente, alcançando o estatuto de “Lente Proprietário”, com apenas 27 anos. Rodrigues de Freitas distingue-se, porém, pela sua carreira política. Simpatizante dos ideais republicanos e socialistas, assim como membro da Maçonaria, foi um dos homens responsáveis pela organização do Partido Republicano Português. Em plena monarquia, teve a honra de ser o primeiro deputado republicano do país, função que desempenhou diligente e exemplarmente.
Diz-nos um seu amigo íntimo, António Luís Gomes, que após ter sido nomeado deputado pelos burgueses monárquicos portuenses, Rodrigues de Freitas tentou declinar o convite, dizendo: “Mas eu sou republicano. Como querem, pois, os senhores que os represente?”, ao que os burgueses responderam: “Mas nós não cuidamos de saber quais são as suas predileções ou inclinações partidárias. Temo-lo na conta de uma pessoa que sabe o que diz; sabemos que é um verdadeiro defensor desta terra e, como tal, queremos e propomos-lhe que nos represente.” Foram estas as palavras que convenceram Rodrigues de Freitas a mudar de ideias e a assumir a responsabilidade de defender ferozmente os interesses da Invicta e do povo português (confrontar com o jornal Contacto, de 1 de Junho de 1983).
Infelizmente, o patrono da nossa escola morreu catorze anos antes da Implantação da República, nunca chegando a ver a realidade por que sempre lutou. Por ter sido um indivíduo tão revolucionário, não admira que durante o Estado Novo (responsável pela construção do edifício onde a escola está sediada desde 1933), o liceu tenha voltado a ser conhecido por D. Manuel II, somente recuperando o seu atual nome em 1974, após a Revolução de Abril, que plantou as sementes da Democracia e Liberdade com que Rodrigues de Freitas sonhara.
Comentários