Sugestão de leitura BE CRE
de Esther Mucznik.
Sinopse
«Um
companheiro de Auschwitz pergunta a Primo Levi por que motivo já não se
preocupa com a higiene. Ele responde simplesmente: "Para quê, se daqui a
meia hora estarei de novo a trabalhar com sacos de carvão?" É
consentimento".» A capacidade de sobrevivência do ser humano é notável e,
por mais terrível que fosse a existência em Auschwitz, todos os dias se lutava
para sobreviver apesar de a morte estar ao virar de cada esquina. O campo de
concentração de Auschwitz é sinónimo do mal absoluto preconizado pelo nazismo.
Foi ali que judeus e ciganos serviram de cobaias às diabólicas experiências
médicas, que acima de um milhão de seres humanos foram gaseados e que mais de
200 mil homens, mulheres e crianças morreram de fome, frio e doença, de
exaustão e brutalidade, ou simplesmente de solidão e desesperança. No entanto
muitos presos resistiam à total desumanização esforçando-se por manter alguma
dignidade. Cuidar da higiene, ler, escrever, desenhar, ajudar alguém a
sobreviver ou até a morrer eram atos que atribuíam condição humana a quem
parecia ter desistido de viver.
Esther
Mucznik, autora dos livros Grácia Nasi e Portugueses no Holocausto, dá-nos a conhecer o
dia-a-dia de Auschwitz através das vozes daqueles que ali acabaram por perecer
e dos seus carrascos, do insuportável silêncio das crianças massacradas, das
mulheres e homens violentados em bárbaras experiências médicas, mas também
através dos relatos daqueles que sobreviveram para contar e manter viva a
memória do horror da máquina de morte nazi. Para que ninguém possa alguma vez
esquecer.
Biografia
Esther
Mucznik, filha de pais polacos, viveu em Israel e em Paris onde estudou,
respetivamente, Língua e Cultura Hebraicas e Sociologia na Sorbonne. É
vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) e fundadora em 1994 da
Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. É presidente e fundadora da Memoshoá
- Associação Memória e Ensino do Holocausto -, cofundadora do Fórum Abraâmico de
Portugal para o diálogo inter-religioso e membro da Comissão Nacional de
Liberdade Religiosa. Foi colunista do jornal Público de 2002 a 2011. Estudiosa
das questões judaicas, tem coordenado cursos e seminários sobre história e
cultura judaica, liberdade religiosa e diálogo inter-religioso, Israel e o
Médio Oriente, e publicado numerosos trabalhos sobre estas temáticas, entre os
quais Grácia Nasi, A judia portuguesa do século XVI que desafiou o se próprio
destino (2010) e Portugueses no Holocausto, Histórias das vítimas dos campos de
concentração. Dos cônsules que salvaram vidas e dos resistentes que lutaram
contra o nazismo (2012).
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