Três perguntas a: Laurinda Alves (Assistente Administrativa)


por Fernando Fontes

1. A colega faz trinta e cinco anos que está a trabalhar nesta escola. Como vê o passado, e agora, o presente do Rodrigues de Freitas?
Quando há 35 anos comecei a trabalhar, o estabelecimento de ensino chamava-se Liceu D. Manuel II, considerado por muitos, a Universidade da Carvalhosa.
Os alunos eram bem comportados e muito estudiosos. O ambiente era um pouco pesado, sendo muito formal de acordo com a época. Chegado o 25 de Abril, novos ventos sopraram pelo país, levando alguma jovialidade excessiva e trouxeram ao estabelecimento outra luminosidade e também alguns excessos! Foi lindo o que se viveu cá dentro! Os alunos organizaram-se formando grupos de todos os partidos e ideologias políticas, trouxeram para este Liceu a sua rebeldia e irreverência, mas também a sua alegria, esperança e a promessa de melhores tempos! A distância que separa esses jovens dos alunos de hoje é grande! Noto-os hoje distantes e sinto-os pouco sensíveis a questões de cidadania e política, e mais envolvidos com as competições no mercado de trabalho. Será por ventura um sinal dos tempos?!... É verdade, mas o país necessita de bons políticos e bons governantes, por isso não só me preocupo com a formação específica dos alunos, mas também com a sua formação de cidadãos perante a sociedade.

2. Que opinião tem do sistema educativo, actualmente?
A opinião que tenho do sistema educativo é que, tem tudo para funcionar plenamente e com qualidade, desde que todos os intervenientes se disponibilizem e participem generosamente no processo.

3. Uma visão optimista para o Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas?
Quanto à passagem desta escola para Agrupamento de Escolas tocou-me um pouco cá dentro… são trinta e cinco anos!... Mas não podemos parar o tempo, a evolução é importante e tudo o que for bom para os alunos também é bom para mim. É urgente combinar harmoniosamente a inovação com a tradição que devemos honrar. As alterações recentes nas instalações e na imagem da escola, provocaram-me alguma saudade, mas, está indiscutivelmente mais funcional.
Como já referi, o tempo não pára e compete ao ser humano adaptar-se ao seu ritmo e à realidade envolvente dos novos desafios. A actual escola provoca uma "saudável" inveja a muitos estabelecimentos do ensino privado!... Pois bem, vamos aproveitar o melhor que pudermos este "presente" que acabamos de receber, no qual entram também os Recursos Humanos. Não esquecerei a “antiga escola” como não me esqueço do carinho, com que sempre fui tratada por toda a comunidade escolar.
A todos, um bem-haja!

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